Quem quiser vatapá, ô. Que procure fazer. Primeiro o fubá. Depois o dendê. Procure uma nêga baiana, ô. Que saiba mexer. Que saiba mexer. Que saiba mexer…
Da boca de Gal Costa e do impecável dedilhado de Luiz Meira ecoava ontem, na perfeita acústica do Carnigie Hall, a receita de Dorival Caymmi que dava voz à magia da bossa nova, que, aliás, nasceu neste mesmo palco, depois de antológico show de João Gilberto.
Em tempos idos, Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro era um narciso às avessas, que cuspia na própria imagem e não encontrava pretextos para a auto-estima. Mas ali, cantando junto com Gal as delícias do vatapá, perante mudos e embasbacados americanos, experimentamos esse orgulho de pertencer. Nina e eu tivemos o privilégio de ter sido convidados pelo Meira para a passagem de som deste show. Aquela imensa e histórica sala completamente vazia, mas preenchida inteiramente pela voz da Gal e pelo violão do Meira. Na foto acima, Meira e eu fazemos um dueto nasal no palco do Carnegie Hall. É, não é pra qualquer um não! As fotos abaixo foram tiradas na passagem do som.
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