Tuesday, March 22, 2011

Friaca

Ao contrário dos americanos (só aqueles que viraram gente grande e perderam a graça), que detestam, por obvias razões, o longo inverno, o brasileiro adora ver a neve. Para aqueles, a neve significa transtorno, dificuldade de transporte, deficiência nos serviços e, depois do inevitável derretimento, a lama preta e as poças d'água. Enfim, um paradoxal inferno gelado. Para nós, a neve vira uma farra, além de ser asséptica, porque  aquele manto branco cobre todo o lixo da cidade. Os mosquitos, nao sei bem, devem migrar para o hemisfério sul, ou talvez hibernem, como os ursos. O fato é que nao se vê nenhum.  As praças se enchem de gente para fazer bonecos e esculturas ou para uma divertida guerra de bolas de neve. Assim que chegamos aqui, caiu aquela imensa nevasca de 25 de dezembro de 2010 e eu, claro, depois de me assustar com o que vi durante a noite, saí de manha com a máquina para fotografar a cidade. Interessante foi ver que o ritmo frenético da cidade forçosamente cai.  Nas ruas menores, só passa um carro por vez, devagar, dividindo as ruas com os pedestres, porque o pessoal que limpa as ruas privilegia as vias maiores. Os carros estacionados, depois das grandes nevascas, ficam presos por dias.  Ouvi dizer que há uma incidência maior de enfartes nesta época porque os sedentários resolvem pegar a pá para desobstruir o seu carro e esse esforço eventual lhe mata.





Seguem algumas fotos da cidade branca.

No comments:

Post a Comment